segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Depois da hora - Três meses depois

    A primeira semana foi a mais difícil.
    A segunda pior ainda.
    A terceira, ah, essa não foi nada boa.
    Mas na quarta ela começou a aceitar sua condição.
    Nada daquilo fazia sentido. Para Ana, depois que morremos apenas a eterna escuridão e o vazio nos espera. Mas aquilo? Estava destinada a vagar sem rumo algum ou qualquer contato com qualquer pessoa viva? E se aquilo acontecia com todos aqueles que morriam, por que é que até agora, dois meses depois de sua morte, não havia visto nenhuma outra pessoa sequer na mesma situação? Alguma coisa não estava certa, e no início do terceiro mês, ela estava decidida a descobrir o que era.
    Teria alguma coisa a ver com a sua família? Não, ela já havia visitado todos e ninguém parecia notar que estava lá. Amigos? Bom, nenhum deles também pareceu notá-la. Seriam negócios inacabados? Já havia visto alguns filmes sobre isso. A pessoa morre e sua alma não recebe um descanso enquanto resolvesse alguma pendência. Mas, o que poderia ser essa pendência?
    Ana tentava se lembrar do dia de sua morte, mas nada vinha. Já estava morta por 3 meses e ainda não havia conseguido se lembrar de como morreu. Ela sabia que havia alguma coisa a ver com fogo, já que sua casa estava completamente tostada.
    Já que não conseguia se lembrar do dia, ou mesmo da semana de sua morte ela resolveu tentar com algo mais fácil. Qual era a última coisa que se lembrava? Jonas. Bom, já era um começo. Mas por que Jonas? Teria ele alguma coisa com sua morte? Não. Não Jonas, ele não faria uma coisa dessas. Faria? Bom, havia algo mais que ela devia se lembrar. Tinha completa certeza de que era algo extremamente importante. Talvez Jonas soubesse. Ele com certeza saberia.

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